1.12.09

Seca do Rio Negro já preocupa

Seca na Amazônia
Seca do Rio Negro já preocupa

Foto: Praia da Ponta Negra, Manaus (AM)

 

O rio Negro, em Manaus, atingiu ontem o nível de 15,99m, ultrapassando a cota de emergência da vazante, que é de 16m. Segundo o superintendente do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Marco Antônio Oliveira, a vazante do rio Negro em 2009 só não é maior do que as registradas em 2005 e 1997 porque a cheia recorde deste ano ajudou a manter o nível na escala atual.

"Em termos climáticos, estamos em uma situação pior do que em 2005 e em 1997. Desde julho chove menos do que nos anos anteriores", disse Oliveira. De acordo com o monitoramento da CPRM, em julho choveu apenas 40% da média normal. Em agosto, foram 25% do esperado, em setembro, 15% do padrão. Em outubro, choveu 80% do normal e em novembro, 50%.

A amplitude da cheia em relação à vazante em 2009 também atingiu ontem um recorde só antes registrado em 1997 e 1909. Amplitude é o cálculo de quanto, de fato, o rio desceu entre o pico da cheia e o pico da vazante. Até ontem, o rio Negro havia descido 13,78m. Em 2009, a cota máxima da cheia chegou a 29,77m.

Em 1997, essa descida foi de 14,62m e em 1909, de 14,13m. Em 2005, ano da última grande vazante, a queda foi de 13,35m. Em 1963, ano em que foi registrada a seca recorde, essa amplitude foi de 13,67m. Em 2005, a cota máxima foi de 28,10m e a mínima, 14,75m. Em 1997, a cheia atingiu 28,96m. O pico da vazante naquele ano foi de 14,34m. Em 1963, a máxima foi de 27,31m e a mínima, de 13,64m. Em 1909, a cheia atingiu a máxima de 29, 17 e a mínima de 15,04m.

Marco Antônio Oliveira chamou atenção para o fato de que essas variações recordes estão se repetindo em espaços de tempo menores. "Desde 1909 a 1963, foram quase 60 anos. Voltou a se repetir em 1997 (34 anos depois) e novamente em 2005 e 2009. Essa situação está mostrando um certo desequilíbrio no clima".

Segundo Oliveira, os rios Madeira, Juruá, Alto Purus e Alto Solimões já estão em fase de enchente. Em Tabatinga, o Solimões vem subindo desde o dia 16 de novembro. As consequências da subida, na calha do Médio Solimões e no rio Negro, começam a ser sentidas de 15 a 20 dias depois.


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Fonte: http://portalamazonia-teste.tempsite.ws/sites/amazonsatambiental/noticia.php?idN=24343

 



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