3.12.09

Mais três meses de pouca chuva em Manaus.

Mais três meses de pouca chuva 

Luiz Vasconcelos
Ontem, Manaus acordou novamente sob uma cortina de fumaça, fenômeno conhecido como "névoa seca"


Jorge Eduardo Dantas
Da equipe de A CRÍTICA

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou, ontem, que o período seco em Manaus, de poucas chuvas e muito calor, deve durar mais três meses, se estendendo até o início de março do ano que vem. Segundo o órgão, a "bagunça climática" promovida pelo El Niño deve continuar a atuar nas próximas semanas, diminuindo o ritmo de precipitações e mantendo as temperaturas elevadas.

As previsões "batem", ainda, com o que  está previsto pelo Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), que deve divulgar, nos próximos dias, seu boletim climático. Anteriormente, o Sipam havia informado que este período de estiagem duraria menos, apenas dois meses.

Segundo a chefe de Distrito Meteorológico do Inmet, Lúcia Gularte, os manauaras ainda vão conviver por mais 90 dias com o calor. "Esta situação ocorre porque o El Niño ainda está atuando, provocando uma grande confusão no clima. Então temos uma secura que está afetando todo o Norte do País. Também estamos enfrentando um outro fenômeno, que é uma média de chuvas abaixo do normal", afirmou a especialista.

Segundo Lúcia, vários Estados do Norte e Nordeste brasileiros estão sofrendo com o calor atípico - como Amazonas, Pará, Maranhão, Amapá, Piauí e Ceará. E, desde o mês de junho, o índice de chuvas registradas no Amazonas está abaixo da média histórica - em novembro, por exemplo, foram registrados apenas 140 milímetros de chuva, quando o normal é de 183 milímetros neste mês.

Ontem, Manaus acordou novamente sob uma cortina de fumaça. O fenômeno, conhecido como "névoa seca", resulta de uma inversão térmica, que aprisiona no solo um montante de ar quente que deveria subir, mas não o faz. Este ar quente, no caso de Manaus, é recheado de fumaça oriunda de queimadas de outros municípios e Estados. 

De acordo com os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), esta fumaça veio, principalmente, de Presidente Figueiredo, a 107 quilômetros de Manaus, que teve  quatro focos de incêndio registrados entre terça e quarta-feira. 

A "névoa seca" de ontem causou o "fechamento visual" das operações no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes. Na ocasião, os pilotos operaram apenas com os instrumentos de 1h54 às 11h da manhã. Não foram registrados, segundo a Infraero, voos suspensos ou atrasos significativos.





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