Por Ricardo Régener - ricardo.regener@gmail.com
Há um tempo atrás fiz uma longa viagem, fiquei quase um mês fora de casa, longe de todos os meus familiares e dos meus amigos mais chegados. Em um certo domingo eu estava no Tocantins, na casa de um amigo de lá, e acabei sofrendo um pequeno acidente durante o almoço: um espinho de peixe terrivelmente incômodo ficou alojado bem no meio da minha garganta. O tal espinho não subia e nem descia, a despeito de todo o esforço que eu fiz para removê-lo, me incomodava profundamente, e impedia que eu realizasse qualquer atividade confortavelmente. Cheguei a pensar que teria que tirar o espinho cirurgicamente, e isso me assustou ainda mais.
Menos de duas horas depois do ocorrido, suando frio, eu abri o Orkut e mandei mensagem para uma amiga de São Paulo. Expliquei-lhe o drama, e ela ficou extremamente preocupada, enviou uma resposta minutos depois e prometeu orar por mim. No dia seguinte, quando o espinho ainda estava no meio da minha garganta, recebi uma mensagem do Japão: uma outra amiga que estava passando férias por lá ficou sabendo do ocorrido e preocupou-se comigo. Queria saber como eu estava naquele dia.
Apesar da distância enorme, depois da mensagem que mandei à minha amiga, me senti melhor! Estava convicto de que, onde quer que a minha amiga estivesse, em pouco tempo ela iria abrir a mensagem e se identificar com o meu sofrimento. Talvez isso não fizesse o espinho sair, mas de qualquer forma é maravilhoso saber que existe alguém em algum lugar que ouviu o seu chamado e está se importando com você.
Ora, depois de um tempo de reflexão concluí: quando oramos ao nosso Deus invisível, fazemos um processo muito parecido: mandamos mensagens aos ares na esperança de que Deus de algum lugar receba a mensagem, entenda o nosso problema, e faça algo por nós. Orar é como mandar um e-mail. Orar com fé é tão simples quanto acreditar que um amigo lerá a sua mensagem. Vivemos em um mundo informatizado onde lidar com o invisível tornou-se muito comum: quando você manda um e-mail para alguém, você não faz nada além do que lançar uma mensagem codificada em uma rede de fios e servidores infinitos. Quando você aperta o botão de "enviar", você acredita piamente que um ser que você não vê, não ouve, não sente e não apalpa irá de algum lugar qualquer do mundo abrir a sua mensagem, lê-la, compreendê-la e de alguma maneira respondê-la.
PROMESSAS DE ORAÇÃO
Apesar de não prometer mágicas sobre a oração, a Palavra nos garante que sempre que nos voltamos em oração pra Deus, Ele ouve o que oramos e leva em consideração a nossa súplica. Os olhos de Deus não estão fechados, seus ouvidos não estão tapados. As promessas bíblicas são muito consistentes.
1. Não há oração que não suba
2. Os olhos de Deus estão abertos, seus ouvidos também
3. Todo o que pedimos conforme a sua vontade, Ele concede
4. Quando não conseguimos orar, Ele intercede por nós
Essas e tantas outras promessas bíblicas nos garantem que podemos confiar a Deus, em oração, as nossas confidências mais íntimas. Não há muitos limites para orar: podemos contar a Deus nossos sentimentos mais interiores, falar sobre nossos desejos para o futuro, sobre os nossos medos, sobre as nossas vontades, até mesmo as mais pecaminosas. Podemos relatar a Deus tudo o que quisermos, como relataríamos a um amigo ou, se o exemplo parece mais realista, como contaríamos num e-mail ou numa mensagem de secretária eletrônica.
CRISES DE CONFIANÇA
Confesso: ainda não consegui compreender com clareza o porquê das nossas crises de confiança em oração. A maior parte de nós, quando tem um problema, geralmente compartilha com um amigo. Comigo funciona assim: não conto aos quatro ventos sobre acontecimentos que me afligem, mas geralmente compartilho meus segredos com meus poucos amigos mais chegados, da maneira mais espontânea possível: conto os detalhes do conflito, como aconteceu, meus sentimentos sobre o assunto, minha vontade para o desdobramento de certa situação, e sempre ouço o que esse amigo tem a dizer. Se não tenho como vê-lo pessoalmente, eu telefono ou envio um e-mail, uma flecha que vai rumo ao desconhecido dizendo "ei, eu sei que você está aí, tenho algo importante a contar".
Nossos verdadeiros amigos são maus como nós somos, mas conseguimos expressar o nosso coração a eles, e eles nos ouvem. Se nossos amigos carnais são assim, quanto mais o nosso Pai Celestial, o amigo melhor, ouvirá nossas orações e nos ajudará em nossas tribulações!
A minha Palavra pra você hoje é: não temas os infortúnios da vida. Mande uma mensagem para Deus! Mande a Ele que é o seu melhor amigo! Ele ouve as suas orações, entende suas dores, e se compadece de você.
Em Cristo,
Régener
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• Roosevelt Braga Jr: www.RooseveltBragaJr.r8.org
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