29.10.12

Impasse sobre manutenção de ruas do Distrito gera prejuízos à indústria em Manaus.


Manaus - Com buracos e mato tomando contas das ruas do Distrito Industrial, empresários reclamam da falta de manutenção da área. Prejuízos com o transporte de produtos e risco de acidentes são alguns dos problemas apontados. A Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) diz que a responsabilidade é da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), já a autarquia afirma apenas que “a competência sobre a questão está sub judice”.

Por muitos anos executando a manutenção na área, a Suframa deixou o problema de lado, principalmente, após a intensificação do contingenciamento dos seus recursos durante o governo Lula. Somente em 2012, dos R$ 514 milhões previstos com a arrecadação da Taxa de Serviços Administrativos (TSA), 60% ficarão sob reserva de contingência do governo federal, segundo a assessoria de imprensa da autarquia.

“A gente reclamava e a Suframa tomava conta, de um tempo pra cá a Suframa foi esvaziada, ficou sem autonomia de recursos, de muitas coisas, por isso essa dificuldade pra executar essa manutenção”, explicou o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo. Na opinião dele, a competência é da Prefeitura. “Em épocas passadas, a Suframa puxava esse trabalho pra si, mas quem tem que tomar conta da cidade é a Prefeitura, nós pagamos os impostos exigidos, infelizmente é um descaso”, disse.

Com a questão na Justiça, a limpeza e conservação do Distrito não entraram na lista de gastos da superintendência neste ano. Até setembro, dos R$ 346,1 milhões arrecadados com as empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM), o órgão gastou R$ 135,6 milhões com “pessoal, manutenção das atividades administrativas e contratos com fornecedores de serviços”, de acordo com informações da Suframa.

Prejuízos

Enquanto o impasse não é solucionado, quem perde é a indústria, que tem acumulado prejuízos com a situação. “A situação é muito ruim, peças mesmo dentro da embalagem, que saem pra a montadora, chegam com problemas, é um transtorno tanto para a montadora quanto para o componentista, o caminhão cai num buracão, sacode e risca ou até quebra a peça, os produtos, o que traz problema na linha de montagem”, disse Azevedo.

Segundo o economista e consultor econômico José Laredo, o problema não afeta diretamente a vinda de novos negócios a Zona Franca de Manaus, mas dificulta a operacionalização no PIM. “As empresas vêm quando estão convencidas das vantagens comparativas e tributárias, o que dificulta é o escoamento das mercadorias, a entrada de insumos, o trânsito porto e aeroporto, ou seja, a operação da logística, o que gera o aumento dos custos”, disse.

http://www.d24am.com/noticias/economia/impasse-sobre-manutencao-de-ruas-do-distrito-gera-prejuizos-a-industria/72313

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