1.7.11

Amarrem uma pedra no pescoço ou mudem!

Amarrem uma pedra no pescoço ou mudem!

 

"Se alguém fizer tropeçar um destes pequeninos que crêem em mim, seria melhor que fosse lançado no mar com uma grande pedra amarrada no pescoço. Marcos 9.42.

 

É o próprio Senhor Jesus quem aconselha: "A morte seria melhor do que fazer os pequeninos tropeçarem". O impacto das palavras de Jesus foi grande ante seus seguidores.

 

Cortem as mãos, cortem os pés, arranquem seus olhos, mas não escandalizem ninguém! Absolutamente nada deve ser tropeço para quem quer que seja. A contundência das palavras de Jesus atesta o valor da alma humana para Deus. Mateus 16.26. Ele não quer que nenhuma se perca e muito menos que sejamos empecilhos para que elas alcancem a Sua glória. Seu desejo é que sejamos luzes para irradiar a beleza de Cristo, perfume para atrair os perdidos e sal para preservar o testemunho de sua morte e ressurreição. É o mínimo que podemos fazer como fiéis seguidores do Mestre.

 

À medida que os dias passam, crescem os escândalos e o mundo vê morrer a esperança num Deus que transforma os seres humanos em filhos dele, dignos, honestos, piedosos, líderes confiáveis no lar e na igreja. Meu velho avô espanhol, já na eternidade, dizia:

"El hombre no puede perder solamente una cosa, la vergüenza. Se la pierde, no restará nada mas". O homem não pode perder uma só coisa, a vergonha. Se a perder, não restará mais nada.

Fico a pensar se meu avô voltasse a viver nos dias de hoje, morreria de vergonha e espanto ao comparar a seriedade e a dignidade da igreja e líderes do seu tempo com a igreja e líderes da atualidade.

 

Temos noção da nossa fraqueza e dependência de Deus, pois sabemos que não somos melhores do que ninguém. Se ainda não perdemos a vergonha ou ainda não estamos a ponto de amarrarmos uma pedra no pescoço e nos lançarmos no mar, é tão somente pela graça que nos sustenta de modo maravilhoso.  

 

Não estaria a graça de Deus sendo barateada e interpretada de forma conveniente por aqueles que alargam o caminho e fazem da cruz de madeiro rústico e pesado uma cruz de isopor? Parece-me que a graça é vista como um CD que tem uma só face, a face do favor imensurável de Deus.  Prefiro exemplificar a graça como sendo um velho disco de vinil de duas faces. A face do favor imerecido de Deus, e a face da responsabilidade diante do favor recebido. Temo que a "graça CD" esteja ganhando adeptos, já que está sendo vendida em grande escala por muitos que deveriam ser exemplos e não são.

 

O temor e o respeito pela dignidade da liderança espiritual estão desaparecendo numa velocidade galopante. As notícias de maus exemplos de líderes com lares quebrados, igrejas quebradas, escândalos de todo tipo crescem a cada dia. Onde vamos parar? Onde estão os modelos para nossas crianças, adolescentes, jovens e para o mundo tão carente de referencial? Até quando vamos tolerar,  em nossa denominação, tantos maus exemplos que a enfeiam e a igualam a tudo que há de ruim nesse mundo chamado "evangélico".

 

Tenho encontrado muitos crentes fiéis perguntando onde vamos parar. Confesso que temo pelo futuro da nossa querida denominação batista na qual milito há sessenta anos. Não podemos mais dar espaço para aqueles que estão envergonhando o nome de Jesus. Vamos dar espaço para o perdão segundo Deus e não segundo os homens. Refiro-me ao perdão acompanhado de arrependimento e abandono do pecado. Quem esconde os seus pecados não prospera, mas quem os confessa e os abandona encontra misericórdia. Pv. 28.13. Infelizmente não creio que perdão recupera qualificação. Davi e Moisés experimentaram as conseqüências dos seus pecados. Um não construiu o templo e o outro não entrou na terra prometida. E aqueles que têm seus lares destruídos e querem governar a igreja? Pois, se alguém não sabe governar sua própria família, como poderá cuidar da igreja de Deus?    1 Tm 3.15.

 

Assumamos a culpa pela falta de confrontação com amor e aplicação dos princípios eternos da Palavra de Deus. Assumamos a culpa pelo silêncio conivente. Zelemos pela igreja de Jesus, cuidando da sua reputação  e testemunhando dela como o verdadeiro abrigo para os cansados e oprimidos.

 

Na verdade, não creio que Jesus deseja que alguém amarre uma pedra no pescoço, mas sim que mude e se arrependa. Sei que esta palavra é dura, mas precisamos levantar a voz. Sei que faço coro com muitos que desejam a igreja de Jesus Cristo como noiva belíssima para o encontro com o Noivo e liderada por líderes espirituais cujas vidas sirvam de modelo para o rebanho e testemunho para o mundo.

                                                                                                            

 

Pr. Mendes


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