29.11.09

Fragilidade da rede hoteleira de Manaus.

Deixou a desejar

Clóvis Miranda
Manaus foi palco na semana de dois grandes eventos que expuseram as fragilidades da rede hoteleira da cidade


Acyane do Valle
Da equipe de A CRÍTICA

Na semana passada, dois eventos realizados em Manaus expuseram a fragilidade da rede hoteleira da capital, que será uma das sub-sedes da Copa do Mundo de 2014, e virou motivo de críticas até na imprensa nacional. Pessoas que vieram participar da V Feira Internacional da Amazônia (Fiam 2009) e para a inauguração do gasoduto Urucu-Coari-Manaus, com a presença do presidente da República, ficaram sem hospedagem porque os hotéis da cidade estavam lotados.
 
Taxistas rodaram com passageiros durante horas a procura de vaga em hotéis. Quem não conseguiu, teve que apelar mesmo para os motéis para conseguir tomar um banho, trocar de roupa e descansar por algumas horas. A equipe de jornalistas do Associated Press (AP), que veio para Manaus fazer a cobertura jornalística da inauguração do gasoduto, foi levada para um hotel no Centro da cidade, o único que conseguiram hospedagem, porém, resolveram sair porque o "local era muito ruim", segundo o fotógrafo da agência André Penner.
 
A deficiência na infraestrutura hoteleira de Manaus foi parar em rede nacional na quinta-feira quando uma jornalista da rádio CBN, ao falar sobre o gasoduto, também comentou a falta de vagas nos hotéis de Manaus.
 
Quando esteve na capital amazonense no início de outubro, o ministro do Turismo, Luiz Barreto, já mencionava estar preocupado com a quantidade e qualidade da rede hoteleira nas cidades que sediarão os jogos da Copa do Mundo de 2014 e afirmou que o governo federal, por meio do BNDES, iria criar linhas de financiamento até dezembro deste ano para a construção de novos empreendimentos hoteleiros e também para reforma e modernização das redes.
 
Na quinta-feira, o Banco da Amazônia já anunciou que irá investir R$ 1bilhão na região Norte em projetos que contemplem a atividade turística. O gerente executivo de Gestão de Programas do banco, Odurval Lobato Neto, disse que o Amazonas deverá "comer" uma maior fatia dos recursos devido ao interesse de empreendedores no potencial turístico da região.
 
O economista Rodemarck Castelo Branco, que vem realizou pesquisas sobre a rede hoteleira de Manaus e do Amazonas há alguns anos, disse que devido ao crescimento do turismo de negócios na capita, há dificuldade de hospedagem em hotéis mais qualificados. "A deficiência existe, mas a boa notícia é que oito hotéis estão sendo construídos em Manaus e que juntos irão oferecer uma maior oferta de apartamentos para o turismo. Isso vai trazer um impacto muito positivo para a área de eventos", afirmou o economista.

 
 

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