23.8.08

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Goiânia - Parte II

Ainda no avião, indo para Goiânia, um dos assuntos que eu e a Zê compartilhamos foi sobre o chamado do Senhor para ajudarmos crianças em situação de risco. Sei que já temos vivido isso no Abrigo em BH e no Projeto Ashastan na Índia, mas há muito mais para ser feito. Em especial a Zê está envolvida em um projeto para ajudar mulheres com gravidêz indesejada. Todo o apoio será dado para que elas não abortem os bebês, mas tenham as crianças, e isso levará à uma casa lar para muitos bebês que, ou serão adotados, ou morarão conosco (para mais informações sobre como ajudar, fale na secretaria da intercessão - 31-3423-3530).

E foi então que, à tarde, chegou às minhas mãos um jornal da cidade contando a história de uma menina, Lucélia, de 12 anos, que foi encontrada pela polícia amordaçada, com pés e mãos amarrados, e com vários sinais de agressão física. A libertação de seu cativeiro foi notícia em todo o país, e a matéria terminou com as palavras que recentemente a menina escreveu em seu diário: "Nunca deixe alguém dizer que não é querida. Antes de você nascer Deus sonhou com você"…

Mal podia acreditar que o Senhor estava usando uma canção minha para alcançar o coraçãozinho dela, para ajudar em sua restauração. Oramos por ela e até antes do evento eu perguntei à Zê se não deveríamos tentar que ela fosse, e também as outras crianças da instituição onde ela está morando, pois são todas meninas com histórias semelhantes, de abuso e violência. O irmão que nos recebia disse que a Justiça estava protegendo a menina muito rigorosamente, pois ela havia se tornado bastante conhecida e seria difícil ter acesso. Desisti da idéia, mas ela não saia da minha mente.

Na ministração o Senhor me levou a entregar a palavra de Isaías 58 e 59.

Um chamado ao arrependimento para o povo de Deus, que se aproxima dEle religiosamente, mas não Lhe oferece a consagração que realmente O agrada. O Senhor diz que a verdadeira religião é fazer o bem, e nestes textos há uma tremenda confissão da maldade nacional. Perguntei à Igreja se chorava, ou ao menos fazia uma oração, ao assistir na TV notícias tão terríveis, como a da jovem britânica que foi esquartejada pelo namorado ali mesmo em Goiânia, ou a criança encontrada no cativeiro de tortura. Depois disso, todos nos ajoelhamos e houve pranto, e confissão de pecados em uma oração coletiva.

Depois deste quebrantamento, a glória do Senhor Se manifestou poderosamente naquele lugar, e todos foram imersos na presença santa de deus. Eu podia ver nos rostos daqueles milhares de jovens, uma transformação acontecendo, um encontro com Deus. Não havia mais distração. Parecia que todos estavam diante de Deus. O temor do Senhor tocou até alguns namoradinhos que estavam bem na minha frente. As expressões de adoração que vi, tanto as mais evasivas como as mais contidas, me tocaram profundamente.

Havia gente chorando, rindo, cantando com todas as forças, mas também havia gente quietamente de olhos fechados, sem abrir a boca, em contrição interior. Foi tremendo. Os brados de vitória que se ouviram me faziam lembrar as passagens das Escrituras, quando o povo de Deus se fazia ouvir à distância em júbilo por grandes vitórias! Verdadeiramente havia muita glória, presença de Deus, naquele lugar. Ao final, uma dança de celebração rompeu inesperadamente, e nos alegramos pelas promessas de restauração de Goiânia.

Ao entrarmos no ônibus para irmos embora, um jovem se aproximou e disse que tinha o contato da menina que eu mencionei no culto. Mal pude acreditar.

Pegamos o telefone dele, e como já era quase meia noite e sairíamos no dia seguinte às 6:30 do hotel, não poderíamos ir vê-la. Mas, para nossa surpresa, ele e sua mãe, e outros irmãos, levaram a Lucélia para se encontrar conosco no aeroporto! Eu mal pude acreditar! Que tremenda oportunidade de amar! Como o Senhor é maravilhoso!

Ao abraçar aquela menina eu não queria mais soltar. Foram momentos tão preciosos para mim, tocando alguém que já sofreu tanto, ministrando o amor de Jesus ao seu coraçãozinho… Ali, pudemos orar por ela, pois há muito a curar em sua alma. A diretora da instituição onde ela está disse que ultimamente ela tem estado alegre, mas no sábado chorou bastante durante o dia. Eu entendo que era o mundo espiritual agitado, pois estávamos orando por ela e nos aproximaríamos no dia seguinte! Repreendemos todo espírito de perturbação, pois ela estava tendo pesadelos à noite, e muito medo. Cremos realmente que o Senhor, que libertou-a do cativeiro natural, completará a obra em sua vida.

Fomos embora maravilhadas com o que o Senhor fez. E além desse encontro, a Zê voltou com uma caixa de presente nas mãos. Ao abrir, era uma linda roupinha de bebê, doada por um casal que está se dispondo a servir no projeto que acolherá muitas e muitas crianças carentes.

O Senhor fez infinitamente mais do que imaginávamos nestes poucos dias em Goiânia, e nossas vidas nunca mais serão as mesmas. Nem as nossas, nem as daqueles que Deus tem colocado em nosso caminho, e que pela Sua graça, tem nos usado para tocar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ps: Essa é a foto desse maravilhoso abraço…

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